O jogo amigável deste sábado entre a Académica e o Benfica foi interrompido aos 38 minutos devido a desacatos nas bancadas. Um adepto ficou ferido.
Ao minuto 38, o árbitro foi obrigado a
interromper o jogo no Estádio Cidade de Coimbra. Em causa estiveram
confrontos entre adeptos dos encarnados e da equipa da casa. Perante a
confusão, alguns adeptos acabaram mesmo por abandonar o estádio ou
saltar para a pista de tartan para fugir dos incidentes.
O jogo esteve interrompido cerca de 7 minutos e um adepto ficou ferido, obrigando à entrada da ambulância no estádio.
Um jogo de futebol nas Honduras foi cancelado devido a confrontos entre adeptos de equipas rivais, que resultaram na morte de três pessoas e dez feridos, de acordo com a BBC. Entre os feridos constam três jogadores de um dos clubes, o Motagua. Um desses jogadores é Emilio Izaguirre, internacional hondurenho e antigo jogador do Celtic de Glasgow. Os outros dois são Roberto Moreira e Jonathan Rougier.
A violência começou quando o autocarro que transportava a equipa do Motagua foi apedrejado, alegadamente por ultras do clube com o qual iam jogar, o Olimpia. As pedras partiram os vidros do autocarro e foi nessa altura que os três jogadores do Motagua ficaram feridos, ao serem atingidos com pedaços de vidro.
As
autoridades decidiram cancelar o jogo no estádio Nacional, em
Tegucigalpa, a capital hondurenha. No entanto, os confrontos escalaram,
num altura em que já estariam no estádio cerca de dez mil pessoas.
As
três vítimas mortais e os outros sete feridos foram atingidos a tiro ou
esfaqueados, como adiantou a porta-voz de um hospital local, Laura Schoenerr, em declarações à Reuters.
A polícia teve de lançar gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.
O Motagua publicou nas redes sociais imagens dos jogadores feridos a serem assistidos e dos danos no autocarro.
O clube culpou os Ultra-Faithful Olimpia e espera que as autoridades hondurenhas apliquem “sanções pesadas”.
Investigação de diário Daily Mail garante que há jogadores da Premier League que consomem snus, um produto com alegados benefícios na prestação em campo. A venda está banida na União Europeia.
Um produto sueco, consumido de forma semelhante ao tabaco
mascado por jogadores de basebol nos EUA mas com um teor de nicotina que
chega aos 27 mg por dose, está a mexer com o universo do futebol no Reino Unido, segundo uma investigação do Daly Mail que atribui o consumo a vários jogadores profissionais.
A venda de snus — é esse o nome do produto armazenado em pequenas
bolsas de uso individual, como mini-saquetas de chá de infusão — é
ilegal no país e na União Europeia, exceto na Suécia. E integra uma
lista de substâncias que a Agência Mundial Anti-Doping mantém sob
controlo, por alegadamente potenciar a performance física.
O diário britânico assegura que o consumo de snus “explodiu entre os atletas mais jovens”
de uma das ligas de futebol mais competitivas do mundo. Num determinado
“clube preocupado” com a situação — mas que não é nomeado –, o
regulamento disciplinar impõe que um jogador apanhado na posse deste
produto será alvo de uma coima de 10 mil libras (cerca de 11.500 euros); noutro clube, a penalização traduz-se num corte de duas semanas do salário do jogador.
Haverá treinadores que admitem ter jogadores a consumir snus
durante os treinos e “uma fonte bem colocada” que assegura que um
“jogador profissional, conhecido por ser um consumir frequente da
substância, foi sujeito a um tratamento para o cancro de gengiva”.
Mas, casos concretos, só o de Jamie Vardy.
O ponta de lança do Leicester e internacional pela Inglaterra deixou
claro, na sua autobiografia (o livro foi editado em 2016), que é
consumidor deste produto. E também deixou a sugestão de que outros
colegas de desporto consomem durante os jogos.
“Quando cheguei ao Leicester, comecei a usá-la”, escreveu o sueco no livro.”São sacos de nicotina que colocas nas gengivas durante aproximadamente dez minutos. Um dos meus companheiros ensinou-me quando assinei pelo Leicester e descobri que me ajudava a relaxar. Muitos mais futebolistas do que as pessoas pensam usam-na. E há alguns que até jogam com elas durante os jogos”, revelou o jogador.
Victor Lindelöf, ex-defesa do Benfica e atual jogador do Manchester United, publicou há cerca de um ano e meio uma imagem na sua conta Twitter para prestar “homenagem” a uma marca que comercializa um “incrível snus”.
Além de carregado de nicotina (mais de 27 mg por saqueta,
que comparam com 1mg de nicotina por cigarro Marlboro, razão pela qual a
sua venda é proibida na generalidade dos países europeus), este produto
terá efeitos da prestação dos atletas em campo: estimula o estado de alerta, a energia e a força
dos jogadores, refere o Daily Mail. É essa a razão para que Agência
Mundial de Controlo Anti-Doping mantenha as pequenas embalagens sob
vigilância.
A investigação do tablóide britânico percorreu as redes sociais e descobriu que vários jogadores dos principais clubes da Premier League seguem as páginas de marketing comercial deste produto — o que não significa que sejam consumidores.
Uma investigação do “Mail on Sunday” revela que a FIFA e o país anfitrião do mundial de futebol, a Rússia, estão mergulhados numa turbulência provocada por novas evidência de encobrimento por parte do Estado de casos doping nos jogadores de elite russos.
O jornal britânico “Mail on Sunday” afirma que a FIFA tem documentos
que provam o encobrimento institucional que há 18 meses as autoridades
russas fizeram de casos de doping. Mas, diz o jornal, a FIFA
aparentemente optou por não fazer nada para responsabilizar a Rússia FA
(federação russa) e o ministro do Desporto russo.
A
investigação mostra “detalhes incríveis” que incluem novas informações
sobre como o ministro dos desportos russo encobriu testes positivos de
doping de um dos jogadores inicialmente nomeados para ir ao campeonato
do mundo representar a Rússia, e como trocou a urina problemática por
uma amostra limpa. O jogador era Ruslan Kambolov, que acabou por ser
desconvocado e deixou de fazer parte dos 23 convocados para representar a
Rússia.
A escala de corrupção é grande, com os investigadores a
dizerem que há 155 casos de doping de jogadores de futebol russos que
foram encobertos e que isto é apenas a ponta do iceberg. Em pelo menos
34 desses casos existem documentação, testemunhos e confirmações que,
defendem os investigadores, dariam à FIFA uma boa hipótese para avançar
com processos disciplinares.
A FIFA alega que olhou ativamente
para o assunto durante mais de um ano. Mas não deu seguimento a um único
caso, limitando -se a declarar que as investigação prosseguem.
Antes
do evento começar a FIFA anunciou que não tinha provas suficientes para
processar nenhum dos jogadores que fazem parte da seleção da Rússia por
violação das regras de doping.
Richard Pound, antigo
administrador da agência internacional anti-doping, diz ao “Mail on
Sunday” que é natural que a FIFA responda assim. “Eles têm uma questão
de biliões de dólares numa participação num simples campeonato do
mundo”.
A Russia vai para o seu terceiro jogo do grupo A na
segunda-feira, e está com duas vitórias e oito golos, o melhor começo de
sempre de anfitriões. A que se adiciona o facto de os seus jogadores
terem corrido mais neste dois jogos do que qualquer equipa de outra
nação – 230 kilometros – o que leva questões sobre o seu desempenho.
Os fãs à volta do mundo, incluindo na Rússia, começaram a ter dúvidas sobre a credibilidade da equipa nacional na sequência dos recordes batidos desde o início do campeonato do mundo.
O canadiano Richard McLaren, autor do relatório que denunciou um sistema generalizado de distribuição de doping na Rússia, considerou que existem indícios que apontam para uma metodologia semelhante utilizada no futebol do país organizador do Mundial2018.
De acordo com McLaren, as trocas de correspondência eletrónica entre altos responsáveis russos, datadas de 2015, deixam a entender que as amostras de urina positivas terão sido substituídas por outras “limpas” de substâncias dopantes.
“Isso leva-nos a supor que existia um banco de amostras conformes (…) e que esse banco foi utilizado por futebolistas”, sustentou o jurista, em entrevista emitida na quarta-feira pelo canal televisivo alemão ARD.
Segundo McLaren, todos os inícios apontam para a existência de “um sistema diferente para o futebol” russo, mas utilizado em paralelo com o de outras modalidades, que foi denunciado no relatório pedido pela Agência Mundial Antidopagem (AMA).
O canadiano revelou que a AMA tem na sua posse 155 amostras de futebolistas russos ainda à espera de serem analisados e que a FIFA, o organismo regulador do futebol mundial — que não respondeu às perguntas formuladas pela ARD – foi informada.
Na sequência da descoberta de um sistema de distribuição de doping em larga escala com conhecimento e apoio estatal, que abrangeu, entre outros eventos, os Jogos Olímpicos Londres2012 e Socchi2014 (Inverno), os atletas russos foram impedidos de participarem nos Jogos Rio2016.
Fernando Mendes escreve biografia polémica e descreve uso generalizado de dopantes no futebol.
Aparece de chinelos e calças de ganga fashion. Está mais
velho, mas com o mesmo ar insolente com que passeava nos estádios e nas
conferências de imprensa. “Sempre gostei de ser diferente”.
Fernando Mendes escreveu, de facto, uma biografia diferente do habitual: confessa o uso do doping
nos melhores anos da carreira e só não diz em que clubes para evitar
processos judiciais. Iliba o FC Porto, mas recusa-se a esclarecer se
jogou dopado no Belenenses e no Boavista. O livro descreve uma realidade
chocante, de seringas nos balneários e juniores usados como cobaias.
Chama-se “Jogo Sujo”.
Fernando Mendes tem 42 anos e prepara-se no Olímpico do Montijo para ser treinador. Na semana passada falou ao Expresso.
Porquê escrever este livro agora? Antes de acabar a carreira já tinha a ideia de escrever um livro sobre a minha vida profissional e relatar situações menos conhecidas, mas muito faladas. Calhou ser agora.
Os casos que descreve são crimes que já prescreveram. Fez de propósito para não arranjar problemas legais?
A primeira versão do livro era mais dura. Escrevi os nomes dos
envolvidos, dos clubes, tudo. Mas decidi recuar porque iria passar a
vida inteira nos tribunais. Não escrevi o livro de ânimo leve, nem para
ganhar dinheiro.
Qual é o objectivo então? O jogador é
tratado como uma máquina. Éramos carne para canhão. É como se tivéssemos
uma faca apontada: “Ou fazes isto ou não jogas”. São histórias que
merecem ser contadas.
Ao decidir não escrever o nome das pessoas e dos clubes envolvidos está a lançar suspeitas sobre todos. Não quero atingir ninguém, mas alertar as pessoas para a realidade do doping. Os que conhecem o mundo do futebol sabem a quem são dirigidas estas palavras e percebem que não são generalizadas.
Com que idade se dopou pela primeira vez?
Com vinte e poucos anos. O início da minha carreira foi muito
transparente. Quando se tornou maior o nível de exigência e mais altos
foram sendo os objectivos do clube, começaram a surgir algumas situações
duvidosas.
No livro, conta que os jogadores entravam no
balneário “como galinhas” a perguntar “onde estava o milho” e que iam
direitos ao massagista para serem dopados. De que clube está a falar? As pessoas ligadas ao futebol sabem de que clube se trata.
Falou com algum deles sobre o livro que ia escrever? Não. Ninguém sabia de nada.
Como acha que vão reagir quando lerem o livro? Alguns irão reagir mal. Estou-me a borrifar.
Depreende-se que passou os melhores anos da sua carreira dopado. Não, isso não era sempre. Não me dopei a vida inteira.
A partir dos “vinte e tal anos”, houve três clubes onde teve “grandes épocas”: Porto, Boavista e Belenenses. Dopou-se no Porto? Não.
E no Boavista ou no Belenenses? Não respondo.
Antes destes clubes nunca se tinha dopado?
Que eu soubesse não. Quando chegava a um clube havia muitos
medicamentos e nem sempre era informado do que andava a tomar. Havia
clubes que nos davam cápsulas sem qualquer nomenclatura ou a marca do
medicamento. Hoje o controlo é mais apertado e os clubes não arriscam
tanto.
Quando é que se dopava? No próprio dia do jogo.
No livro fala muito num massagista que dava as doses aos jogadores…
Sim. Ele gabava-se que tinha uma pessoa controlada no Centro Nacional
Anti-Doping e sabia sempre com antecedência em que jogos eram feitos os
controlos. Dava-nos o doping, dizendo que dava mais força no campo. E era verdade.
Relata o uso de juniores como cobaias para as dosagens. Não o chocava ver miúdos a serem usados assim?
Para quem está neste meio há muitos anos, há situações que nos passam
ao lado. Não íamos fazer nada, nem denunciar a situação ao treinador ou
ao presidente. Era impossível. Eu estava ali de passagem, não tinha nada
a ver com aquilo. Mas foi uma das situações mais complicadas a que
assisti.
O uso de doping era generalizado? Falava-se muito disso entre os jogadores. Acontecia mais nos clubes pequenos e intermédios, que não queriam descer de divisão ou lutavam por um lugar na UEFA. Talvez só os grandes estivessem fora deste esquema.
Contou à sua mulher que se dopava? Não era preciso, ela sabia.
Uma pessoa que me conhecia há tantos anos sabia que eu não fazia mal a
ninguém. E naqueles dias ficava completamente alterado. Nem com a minha
filha mais velha queria falar. Estraguei a minha vida particular com o doping. Era fácil que ela percebesse, até porque o cheiro do meu corpo quando estava dopado era mau. A droga saía por todos os poros.
E diz que não se arrepende.
A bola deu-me coisas boas. Passei pelos cinco clubes campeões
nacionais, mas não ganhei fortunas. Tenho de trabalhar para viver.
Nem
mesmo depois de ter sido excluído pelo seleccionador para um campeonato
da Europa, como refere no livro, por estar esgotado depois de uma época
com doping? Não. Porque a minha pré-convocatória para essa fase final abriu-me portas para ingressar num grande clube.
Nota hoje que o doping lhe tenha causado algum dano físico? Não, até porque não tomei assim tantas vezes.
Era generalizada a procura de acompanhantes por futebolistas durante os estágios?
Não. Presenciei no máximo umas três a quatro vezes episódios como esses
em estágios da selecção. E eram poucos os futebolistas que o faziam. Eu
não alinhava. Sempre fumei quando jogava à bola, fiz muita porcaria,
mas não sentia necessidade de ter mulheres, profissionais ou não, às
escondidas. Mas esses jogadores não jogavam pior no dia seguinte.
DOPING “Tomei doping de todas as vezes que me foi dado. E quem recusasse tomar alguma coisa, provavelmente ficaria sem jogar. Nunca vi um único colega insurgir-se contra esta situação”
MILHO NO BALNEÁRIO “Havia jogos em que entrávamos no balneário e perguntávamos: onde está o milho? Aparecia o massagista com uma bandeja recheada de seringas para dar a cada um. Parecíamos galinhas de volta do prato, à espera da vez”
O SEGREDO “Tenho todo o prazer em explicar-te qual era o segredo: uma pequena vacina, do tamanho de uma meia unha, chamada Pervitin. Espetavam-nos aquilo no braço e dava para correr e saltar quatro jogos de seguida”
COBAIAS “Em certos treinos víamos um ou dois juniores que apareciam para treinar. Estavam ali para servirem de cobaias as novas dosagens”
BENFICA “Assinei pelo Benfica na casa da Leonor Pinhão e do João Botelho”
Antigos colegas negam uso de drogas
Fernando Mendes diz que todos sabiam, mas ninguém se insurgia. Colegas falam de busca de protagonismo pelo antigo internacional.
Ao longo de 175 páginas, Fernando Mendes afirma sem rebuços que nunca viu um colega insurgir-se contra o uso de doping,
invariavelmente fornecido pelos massagistas de alguns clubes por onde
passou. Apesar da franqueza com que assume a utilização de substâncias
dopantes, nenhum dos seus antigos colegas de equipa e da selecção
contactados pelo Expresso confessa ter alguma vez consumido ou visto
alguém utilizar doping para melhorar o rendimento.
“Cada
um que fique com a sua consciência”, atira João Vieira Pinto, seu
companheiro no Benfica, Boavista e selecção. “Nunca precisei de tomar
nada para vencer. É uma das coisas de que mais me orgulho na vida”,
refere, assumindo-se um crítico severo do uso de doping. Colega
de Mendes no Belenenses, Taira mostra-se surpreso com a atitude do autor
de “Jogo Sujo”, acusando-o de querer protagonismo. “Nunca usei ou vi
colegas a consumir doping e duvido que tal tenha sucedido no
Belenenses”, sustenta Taira. “Fomos sujeitos a vários controlos e não
houve casos positivos”, acrescenta. Tulipa, que se cruzou com Fernando
Mendes em épocas diferentes, também nega ter assistido a algo suspeito.
Tais
situações são ainda “novidade” para os então presidentes do Boavista e
do Belenenses, dois dos clubes indiciados na autobiografia. “Não tenho
conhecimento de tal”, sustenta Valentim Loureiro, que remete a eventual
responsabilidade destes actos para o jogador e para os médicos ou
massagistas de então. “Isto é uma parvoíce”, frisa José António Matias,
alertando que o “jogador devia ter denunciado tais práticas era na
altura”.
Segundo Luís Horta, director do Conselho Nacional
Anti-Dopagem (CNAD), o número de casos positivos no futebol tem
diminuído substancialmente em relação aos anos 90 – rondavam os 2% das
amostras recolhidas contra os menos de 1% nesta década. Em 2008, houve
apenas 3 casos, equivalentes a 0,3% das análises. “Hoje, os controlos
são muito diferentes, realizados sem aviso prévio, em competição e fora
dela, à urina e às vezes ao sangue”, diz Luís Horta, que não tem dúvidas
que “é impossível um clube ou atleta saber que será alvo de controlo”.
Os clubes são sorteados por sistema informático e os jogadores sorteados 15 minutos antes do final do jogo. Este sistema foi montado no final de 90, após a PJ, em colaboração com o CNAD, ter detectado que um funcionário deste organismo e um médico com ligações a clubes “vendiam substâncias dopantes e informação de controlos”, o que levou à prisão dos dois implicados.
Está instalada a polémica no Futebol Clube de Serpa, tendo como pano de fundo acusações de incentivo ao uso de substâncias proibidas por parte dos jogadores tendo em vista a meia-final da Taça de Honra da Associação de Futebol de Beja.
Os protagonistas são o ex-treinador José Luís Prazeres, na pele de denunciante, e António José Belinha, membro da atual Comissão Administrativa que gere o clube. O jogo em causa é o Serpa-Almodôvar, marcado para amanhã, no Estádio 25 de Abril.
A imprensa inglesa revela que FIFA encobriu casos de doping na Rússia.
As notícias que
chegam de Inglaterra, este domingo, apontam o dedo à seleção da Rússia.
Uma investigação do “The Mail on Sunday” põe em causa as vitórias e as
exibições da equipa anfitriã nas duas partidas já realizadas no
Campeonato do Mundo. Tudo porque a FIFA terá encoberto casos de doping
que envolvem a equipa russa. Segundo o órgão de comunicação social
inglês, o organismo que tutela o futebol mundial sabe de casos, em que a
Federação Russa camuflou casos de doping, e não atuou. E refere o caso
de Ruslan Kambolov, o jogador russo que fazia parte dos 23 eleitos para o
Mundial, mas que saiu da lista um mês antes da prova começar.
Ora bem, é por Ruslan
Kambolov que vamos começar esta história revelada pelo “The Mail on
Sunday” e que espoletou uma enorme desconfiança sobre as recentes boas
exibições da seleção russa que deixaram os adeptos surpresos depois de
uma fase de preparação pouco convincente. De acordo com a publicação
inglesa, Kambolov acusou positivo a dexametasona – substância proibida
-, a 30 de maio de 2015, numa partida entre o Rubin Kazan e o Ufa para a
primeira liga russa. O que aconteceu a seguir foi uma série de
encobrimentos a que o “The Mail on Sunday” diz ter tido acesso.
A 3 de junho de 2015, o departamento
anti-doping russo enviou um mail a Aleksey Velikodny, oficial do
ministério dos desportos russos, e a Grigory Rodchenkov, diretor do
laboratório, a informá-los do caso de Ruslan Kambolov e a pedir
diretrizes para a condução do processo. Um dia depois, é enviado um
email de Velikodny para o departamento antidoping onde se pede que o
caso seja “gravado”, o que, segundo o “The Mail on Sunday”, era código
para “camuflar a situação”. A mesma publicação informa que o caso chegou
ao conhecimento da FIFA em dezembro de 2016 e que, no entanto, nada fez
para punir ou divulgar o processo.
De acordo com Richard Pound, antigo
diretor da Agência Mundial Antidopagem (WADA), os problemas para FIFA,
caso decidi-se castigar a federação russa de futebol, os problemas
seriam superiores, afinal de contas, o Mundial estava à porta: “Eles
tinham uma questão de muitos milhões de euros com o Campeonato do Mundo.
Certamente não cairia bem denunciar ou penalizar a federação que estava
encarregue de organizar o próximo Mundial”, disse Richard Pound em
declarações reproduzidas pelo “Daily Mail”.
Sobre o caso, a FIFA pronunciou-se
que tem em curso uma investigação, mas para Pound, o organismo que
tutela o futebol mundial “já deveria ter feito alguma coisa para aportar
alguma credibilidade ao processo investigativo”, e acrescentou: “Se não
mesmo uma investigação independente, pelo menos que envolva uma parte
independente nestas investigações. A FIFA é um órgão que governa que
nunca teve uma política robusta no que concerne à luta antidopagem”,
explicou o antigo diretor da WADA.
Questionado se acredita numa Rússia
preocupada e empenhada na luta contra o doping, Richard Pound revelou
que o laboratório de Sochi, o que esteve no centro da polémica nos Jogos
Olímpicos de Inverno de 2014, foi transformado num restaurante: “O
laboratório de Sochi é agora um restaurante e um bar cujo menu inclui o
cocktail Duquesa [nome de um cocktail de drogas dopantes]. Isto não me
surpreende, eles tratam o assunto como uma piada”, lamentou.
A mesma investigação relata um
sistema em que vários dos melhores atletas russos doavam “urina limpa”,
ou seja, urina de atletas que não estavam dopados, para o laboratório de
Grigory Rodchenkov. Esta banco de “urina limpa” serviria para fornecer
os atletas que se dopavam, de forma a que não acusassem o uso de
substâncias proibidas. Foi o que aconteceu a Kombalov, disse Richard
McLaren, o investigador da WADA destacado para juntar as provas neste
sistema de doping.
“No caso de Kombalov, a urina suja foi substituída por urina limpa, fornecida por outro atleta e cujo perfil se aproximava de Kombalov”, explicou Richard McLaren. O jogador acabou por ser riscado da lista de convocados para o Mundial devido a lesão, um mês antes do início do torneio. “Cada um tira as suas conclusões, mas para mim não há dúvidas que não foi por lesão que ele saiu dos convocados”, disse McLaren. O “The Mail on Sunday” põe mesmo em causa as boas exibições da seleção russa no decorrer do Campeonato do Mundo. A seleção anfitriã bateu, no primeiro jogo, a Arábia Saudita por 5-0 e derrotou o Egito por 3-1, estando já qualificada para os oitavos de final da prova.
Os sadinos tinham até 10 de janeiro para apresentarem à Liga os documentos que comprovam pagamentos.
O V. Setúbal está em risco de perder cinco pontos no campeonato. Os sadinos tinham até 10 de janeiro (passada quinta-feira) para apresentarem à Liga os documentos que comprovam o pagamento de salários a jogadores e membros da equipa técnica, entre 31 de maio e 26 de dezembro, mas não o fizeram.
Posto isto, a Liga emitiu um comunicado que obriga o V. Setúbal a entregar obrigatoria- mente os documentos até 21 de janeiro. Caso contrário poderá ser sancionado com a “subtração de pontos a fixar entre um mínimo de dois e um máximo de cinco pontos”. O organismo diz ainda que podem haver dois a três meses de vencimentos em atraso. A situação não agrada, até porque os sadinos estão no 13º lugar com 18 pontos, com uma vantagem de cinco para o Feirense, que ocupa o último lugar da zona de despromoção, com 13 pontos.
O emblema da segunda divisão de futebol espanhola não paga há três meses. Jogadores abraçaram-se em campo enquanto a bola rolava.
O plantel do Reus, que integra os portugueses Luís Gustavo e Ricardo
Vaz, decidiu esta sexta-feira rescindir os contratos com o clube, do
segundo escalão do futebol espanhol, que tem três meses de salários em
atraso.
Em comunicado assinado por todos os jogadores, difundido pela Associação de Jogadores de Espanha
e divulgado pelo capitão da equipa, Jesús Olmo, os atletas anunciaram a
intenção de pedir a resolução dos contratos, face a uma situação que,
consideram, “já é insustentável”.
De acordo com os futebolistas do Reus, a direcção do clube prometeu a
resolução da situação económica no início da presente época, o que
acabou por não se verificar. “O problema prolongou-se até hoje, altura
em que acreditamos que já não existe saída para que os nossos direitos
como profissionais sejam garantidos”, explicaram os atletas da equipa
espanhola.
Os futebolistas lamentaram ainda o desfecho, “sobretudo, pela cidade, pelos empregados do Reus e pelos adeptos que sempre estiveram ao lado da equipa”, e agradeceram “o constante esforço e trabalho” da Associação de Futebolistas Espanhóis na procura de uma solução.
“Disputaremos o encontro [de sábado, com o Córdoba] com o mesmo
profissionalismo mostrado desde o início”, prometeu o capitão, na
abordagem ao próximo jogo do Reus, antepenúltimo classificado na Liga 2.
No 16.º posto, o Reus está em zona de despromoção.
O jogo anterior, diante do Alcorcón, ficou marcado por um protesto: durante um minuto, os jogadores permaneceram abraçados no centro do terreno, enquanto os adversários trocavam a bola entre si, sem quererem aproveitar-se da situação.