Condições Laborais

Condições Laborais

Escândalo de doping põe em causa exibições da seleção russa

A imprensa inglesa revela que FIFA encobriu casos de doping na Rússia.

As notícias que chegam de Inglaterra, este domingo, apontam o dedo à seleção da Rússia. Uma investigação do “The Mail on Sunday” põe em causa as vitórias e as exibições da equipa anfitriã nas duas partidas já realizadas no Campeonato do Mundo. Tudo porque a FIFA terá encoberto casos de doping que envolvem a equipa russa. Segundo o órgão de comunicação social inglês, o organismo que tutela o futebol mundial sabe de casos, em que a Federação Russa camuflou casos de doping, e não atuou. E refere o caso de Ruslan Kambolov, o jogador russo que fazia parte dos 23 eleitos para o Mundial, mas que saiu da lista um mês antes da prova começar.

Ora bem, é por Ruslan Kambolov que vamos começar esta história revelada pelo “The Mail on Sunday” e que espoletou uma enorme desconfiança sobre as recentes boas exibições da seleção russa que deixaram os adeptos surpresos depois de uma fase de preparação pouco convincente. De acordo com a publicação inglesa, Kambolov acusou positivo a dexametasona – substância proibida -, a 30 de maio de 2015, numa partida entre o Rubin Kazan e o Ufa para a primeira liga russa. O que aconteceu a seguir foi uma série de encobrimentos a que o “The Mail on Sunday” diz ter tido acesso.

A 3 de junho de 2015, o departamento anti-doping russo enviou um mail a Aleksey Velikodny, oficial do ministério dos desportos russos, e a Grigory Rodchenkov, diretor do laboratório, a informá-los do caso de Ruslan Kambolov e a pedir diretrizes para a condução do processo. Um dia depois, é enviado um email de Velikodny para o departamento antidoping onde se pede que o caso seja “gravado”, o que, segundo o “The Mail on Sunday”, era código para “camuflar a situação”. A mesma publicação informa que o caso chegou ao conhecimento da FIFA em dezembro de 2016 e que, no entanto, nada fez para punir ou divulgar o processo.

De acordo com Richard Pound, antigo diretor da Agência Mundial Antidopagem (WADA), os problemas para FIFA, caso decidi-se castigar a federação russa de futebol, os problemas seriam superiores, afinal de contas, o Mundial estava à porta: “Eles tinham uma questão de muitos milhões de euros com o Campeonato do Mundo. Certamente não cairia bem denunciar ou penalizar a federação que estava encarregue de organizar o próximo Mundial”, disse Richard Pound em declarações reproduzidas pelo “Daily Mail”.

Sobre o caso, a FIFA pronunciou-se que tem em curso uma investigação, mas para Pound, o organismo que tutela o futebol mundial “já deveria ter feito alguma coisa para aportar alguma credibilidade ao processo investigativo”, e acrescentou: “Se não mesmo uma investigação independente, pelo menos que envolva uma parte independente nestas investigações. A FIFA é um órgão que governa que nunca teve uma política robusta no que concerne à luta antidopagem”, explicou o antigo diretor da WADA.

Questionado se acredita numa Rússia preocupada e empenhada na luta contra o doping, Richard Pound revelou que o laboratório de Sochi, o que esteve no centro da polémica nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, foi transformado num restaurante: “O laboratório de Sochi é agora um restaurante e um bar cujo menu inclui  o cocktail Duquesa [nome de um cocktail de drogas dopantes]. Isto não me surpreende, eles tratam o assunto como uma piada”, lamentou.

A mesma investigação relata um sistema em que vários dos melhores atletas russos doavam “urina limpa”, ou seja, urina de atletas que não estavam dopados, para o laboratório de Grigory Rodchenkov. Esta banco de “urina limpa” serviria para fornecer os atletas que se dopavam, de forma a que não acusassem o uso de substâncias proibidas. Foi o que aconteceu a Kombalov, disse Richard McLaren, o investigador da WADA destacado para juntar as provas neste sistema de doping.

“No caso de Kombalov, a urina suja foi substituída por urina limpa, fornecida por outro atleta e cujo perfil se aproximava de Kombalov”, explicou Richard McLaren. O jogador acabou por ser riscado da lista de convocados para o Mundial devido a lesão, um mês antes do início do torneio. “Cada um tira as suas conclusões, mas para mim não há dúvidas que não foi por lesão que ele saiu dos convocados”, disse McLaren. O “The Mail on Sunday” põe mesmo em causa as boas exibições da seleção russa no decorrer do Campeonato do Mundo. A seleção anfitriã bateu, no primeiro jogo, a Arábia Saudita por 5-0 e derrotou o Egito por 3-1, estando já qualificada para os oitavos de final da prova. 

Bancada

Vitória de Setúbal em risco de perder cinco pontos por salários em atraso

Os sadinos tinham até 10 de janeiro para apresentarem à Liga os documentos que comprovam pagamentos.

O V. Setúbal está em risco de perder cinco pontos no campeonato. Os sadinos tinham até 10 de janeiro (passada quinta-feira) para apresentarem à Liga os documentos que comprovam o pagamento de salários a jogadores e membros da equipa técnica, entre 31 de maio e 26 de dezembro, mas não o fizeram.

Posto isto, a Liga emitiu um comunicado que obriga o V. Setúbal a entregar obrigatoria- mente os documentos até 21 de janeiro. Caso contrário poderá ser sancionado com a “subtração de pontos a fixar entre um mínimo de dois e um máximo de cinco pontos”. O organismo diz ainda que podem haver dois a três meses de vencimentos em atraso. A situação não agrada, até porque os sadinos estão no 13º lugar com 18 pontos, com uma vantagem de cinco para o Feirense, que ocupa o último lugar da zona de despromoção, com 13 pontos.

Correio da Manhã

Salários em atraso obrigam jogadores do Reus a rescindir contrato

O emblema da segunda divisão de futebol espanhola não paga há três meses. Jogadores abraçaram-se em campo enquanto a bola rolava.

O plantel do Reus, que integra os portugueses Luís Gustavo e Ricardo Vaz, decidiu esta sexta-feira rescindir os contratos com o clube, do segundo escalão do futebol espanhol, que tem três meses de salários em atraso.

Em comunicado assinado por todos os jogadores, difundido pela Associação de Jogadores de Espanha e divulgado pelo capitão da equipa, Jesús Olmo, os atletas anunciaram a intenção de pedir a resolução dos contratos, face a uma situação que, consideram, “já é insustentável”.

De acordo com os futebolistas do Reus, a direcção do clube prometeu a resolução da situação económica no início da presente época, o que acabou por não se verificar. “O problema prolongou-se até hoje, altura em que acreditamos que já não existe saída para que os nossos direitos como profissionais sejam garantidos”, explicaram os atletas da equipa espanhola.

Os futebolistas lamentaram ainda o desfecho, “sobretudo, pela cidade, pelos empregados do Reus e pelos adeptos que sempre estiveram ao lado da equipa”, e agradeceram “o constante esforço e trabalho” da Associação de Futebolistas Espanhóis na procura de uma solução.

“Disputaremos o encontro [de sábado, com o Córdoba] com o mesmo profissionalismo mostrado desde o início”, prometeu o capitão, na abordagem ao próximo jogo do Reus, antepenúltimo classificado na Liga 2. No 16.º posto, o Reus está em zona de despromoção.

O jogo anterior, diante do Alcorcón, ficou marcado por um protesto: durante um minuto, os jogadores permaneceram abraçados no centro do terreno, enquanto os adversários trocavam a bola entre si, sem quererem aproveitar-se da situação.

Público

Joaquim Evangelista: «Assisti no Vilafranquense a situações dramáticas com os jogadores»

Presidente do Sindicato mostrou-se solidário com plantel ribatejano.

Joaquim Evangelista reuniu-se ontem com o plantel do Vilafranquense para averiguar os estragos que três meses de salários em atraso conferiram à segunda classificada da Série C do Campeonato de Portugal. “O plantel vai ativar o fundo de garantia salarial e vamos dar 10 dias à administração para regularizar a situação. Ao fim desse tempo e sem cumprimento, iremos tomar uma posição definitiva de força de não jogar mais”, informou o presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol, explicando também Stehb, Daniel Almeida e Jacinto que avançaram para a rescisão não serão opção no dérbi deste domingo frente ao Alverca.

Sem o presidente da SAD, Luiz Andrade, estar presente, Evangelista condenou o comportamento de “dirigentes que não têm lugar no futebol português”. “Assisti aqui a situações dramáticas de sobrevivência. Num clube com este envolvimento, que está a lutar pela subida, que tem uma sociedade anónima desportiva por trás e com uma estrutura acionista com pessoas que vêm de um clube profissional, é assustador ver que estas pessoas se permitem a aceitar isto e nada fazer”, reiterou, adiantando que recebeu uma chamada de Luís Duque, membro da direção da SAD vilafranquense, a pedir mais tempo para pagar os ordenados em atraso. “Eles têm de cumprir ou deixar que venham outros que cumpram”, acrescentou o presidente do Sindicato que tentará chegar à fala com Luiz Andrade e que vai “alertar a Federação Portuguesa de Futebol para esta circunstância”. 

A luta por objetivos cimeiros no Campeonato de Portugal também mereceu um comentário por comparação a outros emblemas. “Para além de tudo isto, há o direito da igualdade e da verdade desportiva. Mesmo para os outros clubes é mau que um clube como este lute pela subida à 2ª Liga. Há outros que estão a cumprir religiosamente [os compromissos] e não estão nestas condições. Os jogadores são uns heróis”, vincou Evangelista.

O presidente do SJPF fez, por último, um apelo à comunidade na região: “Faço um apelo também a Vila Franca de Xira, terra de forcados. Peço para que não sejam indiferentes, que as pessoas se envolvam no projeto, que exijam responsabilidades e não aceitem que enxovalhem o nome do clube. Que haja uma reação por parte da comunidade para não colocarem em causa a imagem da própria dignidade do clube!”.

Record

Salários em atraso em Fátima e jogadores estão no “limite”

Capitão de equipa assume que participação no Campeonato de Portugal pode estar comprometida.

A participação do CD Fátima no Campeonato de Portugal não está assegurada dado que os jogadores têm vários meses de salários em atraso. Miguel Neves, capitão de equipa, diz que os jogadores “chegaram ao limite”.

Citado pelo jornal ‘Record’, o capitão do Fátima salienta que nem aparece dinheiro nem uma justificação por parte da administração.

“Não há qualquer contacto com o dono da SAD [Abdulmouti Kaaki]. O pouco que sabemos vai-nos sendo dito pelo diretor-geral [Afonso Guerreiro], que não tem forma de resolver o problema”, lamenta Miguel Neves, avisando que o futuro do emblema pode estar comprometido.

“Já devíamos estar a treinar e sentimos que a participação do Fátima no próximo campeonato pode estar em causa.”

O Fátima está indicado para participar na série C do Campeonato de Portugal mas, nesta altura, o futuro está indefinido.

Bancada

Seleção de futebol feminino processa Federação de Futebol dos Estados Unidos por discriminação de género

A três meses do Mundial, as jogadoras da seleção de futebol feminino dos Estados Unidos processaram a federação norte-americana por aquilo a que chamam “discriminação de género institucionalizada”.

28 jogadoras da seleção de futebol feminino dos Estados Unidos processaram esta sexta-feira a United States Soccer Federation, a Federação de Futebol dos Estados Unidos, devido a queixas de discriminação de género. A tomada de posição das atletas surge como o culminar de uma luta sobre igualdade salarial e condições laborais travada entre as duas partes há vários anos e aparece apenas meses antes de Carli Lloyd, Megan Rapinoe, Alex Morgan e companhia começarem defender o título mundial conquistado em 2015, já que o Campeonato do Mundo de futebol feminino arranca no mês de junho.

No processo, as 28 jogadoras acusam a federação — o organismo que regula todo o futebol, masculino e feminino, nos Estados Unidos — de anos daquilo a que chamam “discriminação de género institucionalizada”. As queixas da seleção, de acordo com o New York Times, não dizem respeito somente aos salários mas também ao facto de a federação norte-americana controlar onde as jogadoras jogam e com que frequência, a forma como treinam, os tratamentos médicos que recebem e até a maneira como viajam até aos locais dos jogos.

Os pontos referidos no processo agora tornado público incluem alguns dos problemas descritos por cinco jogadoras titulares da seleção — Alex Morgan, Hope Solo, Carli Lloyd, Megan Rapinoe e Becky Sauerbrunn — numa queixa feita à Comissão de Igualdade de Oportunidade Laboral dos Estados Unidos em 2016. A ausência de uma resolução, de qualquer ação governamental ou atitude por parte da federação após essa primeira medida terá levado um conjunto ainda maior de atletas a apresentar então o processo conhecido esta sexta-feira.

A ação judicial representa todas as jogadores que tenham representado a seleção dos Estados Unidos desde fevereiro de 2015 — numa janela que pode incluir outras dezenas de jogadoras — e exige o pagamento de retroativos e danos, numa quantia que pode chegar aos milhões de dólares. O processo é então o último capítulo de uma luta que dura há vários anos (primeiro de forma interna e privada, depois de forma pública) e que tem como pontos fulcrais a compensação salarial, o apoio às atletas e as condições laborais enquanto as jogadoras representam os Estados Unidos: o grupo que agora leva o caso para os tribunais defende que lhe é exigido um número superior de jogos e vitórias do que aquele que é pedido à seleção masculina e que a recompensa monetária é significativamente inferior.

As comparações diretas entre os salários auferidos pelos jogadores e pelas jogadoras das seleções dos Estados Unidos podem, ainda assim, ser bastante complicadas. Cada equipa tem um acordo negociado com a federação e uma das principais diferenças entre o futebol masculino e feminino é exatamente a estrutura de pagamento: enquanto os homens recebem bónus superiores sempre que jogam pela seleção mas só são pagos quando são convocados, as mulheres recebem bónus de valor inferior mas têm salários garantidos.

Observador

Karius denuncia Besiktas à FIFA por salários em atraso

Guarda-redes alemão avançou com uma queixa por quatro meses de incumprimento.

Loris Karius, guarda-redes alemão que está emprestado pelo Liverpool ao Besiktas, avançou com uma queixa à FIFA pelo atraso no pagamento de quatro salários por parte do clube turco.

A notícia foi confirmada pela FIFA à agência noticiosa France Press, sem qualquer comentário adicional sobre o caso.

Ainda esta semana, o treinador do Besiktas, Senol Gunes, afirmou que Karius “perdeu a vontade de jogar futebol”.

Karius, de 27 anos, foi emprestado pelo Liverpool após dois erros flagrantes na final da Liga dos Campeões de 2018 em que o clube inglês perdeu frente ao Real Madrid por 3-1.

Em 26 jogos pelo Besiktas, esta época, Karius sofreu 37 golos.

Notícia publicada em: Mais Futebol (13 de março de 2019)