Portugal parou com a última agressão a um árbitro. E tenta a todo o custo acabar com o fenómeno. Aqui ao lado, o problema é outro, sobretudo nos jogos de formação, mas com gravidade semelhante.
Os incidentes no Rio Tinto-Canelas do passado domingo, onde o jogador Marco Gonçalves agrediu com uma joelhada na cara o árbitro Marco Gonçalves logo aos dois minutos de jogo, tornaram-se um fenómeno além-fronteiras um pouco por todo o Mundo. Logo aqui ao lado, em Espanha, a agressão foi altamente falada na perspetiva da “equipa mais agressiva da Europa” (Marca) e da “equipa mais violenta do Mundo” (As). Todavia, também por lá se vive um fenómeno paralelo de violência mas com contornos distintos: as agressões entre pais nas bancadas em jogos de miúdos que levaram à interrupção de três partidas e ao agravamento das punições.
O último caso passou-se no Andorra FC-AE Prat, jogo do escalão menor de juvenis que, depois de algumas agressões entre atletas em campo, terminou com uma violenta cena de pancadaria entre jogadores e alguns pais que estavam nas bancadas. Por não ter sido o primeiro caso, a Federação de Futebol da Catalunha reuniu de emergência.
Andreu Subies, presidente do órgão, revelou que vai mudar o regulamento para a próxima temporada e, entre várias medidas, promete punir até os insultos nas redes sociais. “Já existem leis e regras para tudo o que se passa dentro de campo, mas temos de ir mais além”, explicou. A medida afetará apenas os 150.000 inscritos na Catalunha, tendo punições que vão desde castigos em jogos ao afastamento dos relvados, servindo de alerta também para os pais.
Refira-se que, só este ano, existiram mais dois casos muito falados em Espanha de violência nas bancadas, nos encontros Alaró-Collerense e Teide-Guía, ambos de escalões de formação distritais e ambos marcados pelas brutais agressões entre os pais dos jogadores, no caso perante o olhar atónito dos jovens.
São jogos entre jovens mas com violência muito adulta. Terminada a
primeira metade da época desportiva, as queixas de violência nos jogos
dos escalões de formação de equipas de futebol têm aumentado.
Segundo avança o Jornal de Notícias, as autoridades falam de um aumento de 20% das queixas e que os casos mais registados passam por invasões de campo e incidentes entre os adeptos.
“Já vi muitos pais, na bancada, a dizer: “Vai atrás dele. Cospe-lhe! Parte-lhe uma perna!” E eu pergunto-me: como é que os filhos podem ter uma atitude correta?”, refere Maria Eduarda, jovem árbitra da Associação de Futebol de Braga, em entrevista à publicação.
“A câmara não pode, de modo algum, tolerar estes distúrbios, ocorridos sobretudo nos equipamentos desportivos municipais, maioritariamente cedidos de forma gratuita aos clubes. A partir de agora a câmara tem tolerância zero para qualquer ato de violência”, declarou o autarca gaiense.
A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia suspendeu os apoios a dois clubes na sequência de episódios de violência em jogos da formação e vai criar um regulamento municipal de combate a estas situações, anunciou a autarquia, esta quarta-feira.
Num comunicado com o título “Câmara de
Gaia declara tolerância zero à violência na formação desportiva”, a
autarquia liderada por Eduardo Vítor Rodrigues avança que solicitou uma
reunião à Associação de Futebol do Porto para “abordar esta problemática
e procurarem, em conjunto, encontrar soluções”.
Esta
nota surge depois de no sábado, num jogo entre o Águias Sport Clube e o
Clube de Futebol de São Félix da Marinha, a contar para o Campeonato
Distrital de Juniores B, 2.ª Divisão, que decorreu no estádio municipal
da Lavandeira, se terem registado situações de violência.
A
Câmara de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, descreve que “no final
da partida, diversos jogadores, técnicos e dirigentes de ambos os
clubes, bem como elementos não identificados que se encontravam no
recinto de jogo sem a devida autorização, envolveram-se em graves
distúrbios, com múltiplas agressões físicas que levaram à intervenção
das forças policiais e a algumas situações de tratamento hospitalar”.
Este
caso aconteceu no dia em que a autarquia de Gaia tinha reunido com
todos os clubes, uma reunião anunciada no dia 4 de fevereiro, altura em
que o vereador do Desporto, José Guilherme Aguiar, descreveu outros
casos de violência decorridos no fim de semana anterior, desta feita no
Avintes-Grijó (em sub-23) que terminou com a vitória do Grijó por 4-0 e
no Vila-Canelas (seniores) que o emblema visitante venceu por 3-0.
“É
inaceitável que, semana após semana, aconteçam distúrbios em jogos de
crianças e jovens. Os recintos desportivos públicos não são ringues de
boxe”, afirmou Eduardo Vítor Rodrigues, citado na nota camarária de
hoje.
O autarca apontou que “estes
incidentes não são o resultado de claques organizadas, mas de pais e
agentes desportivos que estão a extremar a sua ação, manchando o nome
dos clubes, do concelho e o futuro dos atletas”.
“A
câmara não pode, de modo algum, tolerar estes distúrbios, ocorridos
sobretudo nos equipamentos desportivos municipais, maioritariamente
cedidos de forma gratuita aos clubes. A partir de agora a câmara tem
tolerância zero para qualquer ato de violência e levará até às últimas
consequências todas as ações que levem ao fim desta situação”, terminou o
presidente.
Assim, na sequência do
caso relatado que aconteceu sábado, a autarquia informou hoje que
decidiu suspender os apoios e a utilização gratuita por este escalão da
formação dos dois clubes envolvidos.
A
par desta medida, foi instaurado um inquérito para avaliar os relatórios
das autoridades policiais e da Associação de Futebol do Porto.
No
próximo fim de semana também serão levadas a cabo ações pedagógicas nos
equipamentos desportivos do Município e serão distribuídos ‘flyers’ com
dicas para os desportistas e para os pais sobre como agir perante
incidentes de violência.
“Educar para o desporto” é o lema do folheto que será distribuído com apelos ao respeito e o fair play.
No
documento leem-se apelos aos pais como “respeitar árbitros, treinadores
e adversários”, “controlar as emoções”, “seguir o código de conduta”,
bem como “ajudar crianças e jovens a terem prazer na prática
desportiva”.
A Câmara de Gaia informou, ainda, que vai criar uma equipa para elaborar o regulamento municipal de combate à violência na formação desportiva.
Marco Gonçalves terá de pagar uma indemnização de 12.700 euros à vítima, não frequentar recintos desportivo durante 11 meses e submeter-se a acompanhamento por técnicos de reinserção social.
O Tribunal de Gondomar condenou nesta sexta-feira a 11 meses de prisão, com pena suspensa por dois anos sob condições, o ex-futebolista do Canelas 2010 Marco Gonçalves, por agredir o árbitro que o expulsou durante um jogo em Rio Tinto.
A juíza do processo, Alexandra Lopes, deu como provada a acusação de que o jogador agarrou o árbitro pelo pescoço, puxou-lhe a cabeça e deu-lhe uma joelhada, atingindo-o na cara, especialmente no nariz.
Ao contrário, a magistrada judicial considerou não ter reunido prova de outra imputação do Ministério Público, segundo a qual o arguido teria proferido expressões atentatórias da integridade física do árbitro José Rodrigues, quando a vítima estava a ser socorrida nos acessos aos balneários.
Face a depoimentos contraditórios, a magistrada optou, neste caso, pelo princípio “in dubio pro reo” (na dúvida favoreça-se o arguido).
O
ex-jogador foi assim condenado pela prática de um crime de ofensa à
integridade física qualificada e absolvido de outro de ameaça agravada.
A juíza fixou ainda uma indemnização a pagar pelo ex-jogador ao árbitro, no valor global de 12.700 euros.
Para manter a suspensão da pena, Marco Gonçalves terá de pagar parte
da indemnização (3.600 euros) em dois anos, não frequentar recintos
desportivo durante 11 meses e submeter-se a acompanhamento por técnicos
de reinserção social.
O árbitro tinha pedido 32 mil euros, 25 mil pelos danos morais que sofreu e sete mil pelo que deixou de ganhar durante a paragem forçada na sequência da agressão.
O arguido “agiu com a intenção deliberada e consciente” de agredir o
árbitro, considerou a juíza, ao ler a sentença, relevando também a
circunstância agravante de Marco Gonçalves ter antecedentes criminais,
incluindo por ameaças e injúria agravadas, mas sublinhou igualmente
atenuantes como a confissão dos factos e os pedidos de desculpa à
vítima.
“Confessou sem qualquer reserva a agressão e mostrou-se arrependido”, afirmou.
A decisão da juíza Alexandra Lopes vai ao encontro do pretendido pelo
Ministério Público que, nas alegações finais do processo, em 7 de
Novembro, pediu a condenação a prisão efectiva de Marco Gonçalves pela
agressão, mas admitiu ter dúvidas quanto às alegadas expressões
intimidatórias.
Falando aos jornalistas após a leitura da
sentença, o advogado de Marco Gonçalves, Nelson Sousa, disse que ainda
vai ponderar um eventual recurso para o Tribunal da Relação do Porto.
Os factos remontam a 2 de Abril de 2017, no decorrer de um jogo de
futebol entre o Rio Tinto e o Canelas 2010, a contar para a fase de
subida do Campeonato Distrital do Porto. Segundo a acusação, Marco
Gonçalves, depois de agarrar o juiz pelo pescoço e de fazer a “gravata”,
“puxou-lhe a cabeça e desferiu-lhe uma pancada com o joelho,
atingindo-o na cara, especialmente no nariz”.
Ainda de acordo com a
acusação, quando o árbitro era socorrido pelo massagista da equipa do
Rio Tinto, o arguido dirigiu-se a ele novamente, proferindo expressões
intimidatórias da sua integridade física e susceptíveis de coartar a
liberdade pessoal do ofendido.
Em fase de produção prova, este
último detalhe da acusação suscitou depoimentos contraditórios, ao
contrário da agressão, que foi reconhecida por todos, incluindo o
arguido.
Na primeira audiência de julgamento, em 12 de Outubro, o
futebolista disse mesmo que “nada explica uma agressão” como a que
protagonizou e manifestou-se “arrependido”.
Na altura dos factos, o
jogador do Canelas foi suspenso por quatro anos e cinco meses pela
Comissão de Disciplina da Associação de Futebol do Porto (AF Porto).
Além
da suspensão, o atleta teve de pagar uma indemnização ao árbitro de
4125 euros e outra à Associação de Futebol do Porto no correspondente a
20% daquele montante.
Por seu lado, o Canelas 2010 foi sancionado com a pena de derrota no jogo com o Rio Tinto, ao qual teve de pagar uma indemnização de 1605 euros, a que acresceu um pagamento à AF Porto de 20% desse montante.
O clube de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, foi ainda multado em mais 400 euros.
Depois do sucedido, que chegou a ser noticiado por agências internacionais, os dirigentes do Canelas 2010 garantiram que o jogador não voltaria a representar as cores do clube.
O jogo amigável deste sábado entre a Académica e o Benfica foi interrompido aos 38 minutos devido a desacatos nas bancadas. Um adepto ficou ferido.
Ao minuto 38, o árbitro foi obrigado a
interromper o jogo no Estádio Cidade de Coimbra. Em causa estiveram
confrontos entre adeptos dos encarnados e da equipa da casa. Perante a
confusão, alguns adeptos acabaram mesmo por abandonar o estádio ou
saltar para a pista de tartan para fugir dos incidentes.
O jogo esteve interrompido cerca de 7 minutos e um adepto ficou ferido, obrigando à entrada da ambulância no estádio.
Um jogo de futebol nas Honduras foi cancelado devido a confrontos entre adeptos de equipas rivais, que resultaram na morte de três pessoas e dez feridos, de acordo com a BBC. Entre os feridos constam três jogadores de um dos clubes, o Motagua. Um desses jogadores é Emilio Izaguirre, internacional hondurenho e antigo jogador do Celtic de Glasgow. Os outros dois são Roberto Moreira e Jonathan Rougier.
A violência começou quando o autocarro que transportava a equipa do Motagua foi apedrejado, alegadamente por ultras do clube com o qual iam jogar, o Olimpia. As pedras partiram os vidros do autocarro e foi nessa altura que os três jogadores do Motagua ficaram feridos, ao serem atingidos com pedaços de vidro.
As
autoridades decidiram cancelar o jogo no estádio Nacional, em
Tegucigalpa, a capital hondurenha. No entanto, os confrontos escalaram,
num altura em que já estariam no estádio cerca de dez mil pessoas.
As
três vítimas mortais e os outros sete feridos foram atingidos a tiro ou
esfaqueados, como adiantou a porta-voz de um hospital local, Laura Schoenerr, em declarações à Reuters.
A polícia teve de lançar gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.
O Motagua publicou nas redes sociais imagens dos jogadores feridos a serem assistidos e dos danos no autocarro.
O clube culpou os Ultra-Faithful Olimpia e espera que as autoridades hondurenhas apliquem “sanções pesadas”.
O Parlamento aprovou no início do mês a proposta de lei que altera o regime jurídico do combate à violência, racismo, xenofobia e intolerância nos espetáculos desportivos. Liga de clubes assume “total disponibilidade” para combater violência.
A Liga Portuguesa de
Futebol Profissional (LPFP) assumiu esta segunda-feira “total
disponibilidade” para abordar todos os temas relacionados com a nova lei
do combate à violência, racismo, xenofobia e intolerância nos
espetáculos desportivos.
O assunto foi discutido em reunião entre
o presidente da LPFP, Pedro Proença, a diretora executiva do organismo,
Sónia Carneiro, e Rodrigo Cavaleiro, o presidente da Autoridade para a
Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD).
“A LPFP
mostrou total disponibilidade para abordar todos os temas relacionados
com a nova lei aprovada, em 5 julho, que altera o regime jurídico do
combate à violência, racismo, xenofobia e intolerância nos espetáculos
desportivos”, referiu o organismo, numa nota no seu sítio oficial na
Internet.
Ainda de acordo com a LPFP, os dois organismos irão
trabalhar em conjunto os temas relacionados com o futebol, “ficando já
marcada nova data para uma reunião operacional e técnica”.
Em 5
de julho, o parlamento aprovou a proposta de lei que altera o regime
jurídico do combate à violência, racismo, xenofobia e intolerância nos
espetáculos desportivos, com a abstenção de PCP e PEV e os votos
favoráveis dos restantes partidos.
A Autoridade para a Prevenção e
o Combate à Violência no Desporto foi criada pelo Governo em agosto de
2018, e visa promover uma abordagem mais eficaz no combate aos fenómenos
de violência associados aos espetáculos e às atividades desportivas.
A
proposta apresentada pelo Executivo socialista, que entra em vigor
antes do início da nova época desportiva, com o novo organismo para a
prevenção e combate à violência no desporto, assenta em quatro pilares:
celeridade processual e transparência, aplicabilidade da lei, prevenção e
grupos organizados de adeptos.
O Presidente da República promulgou o diploma que estabelece o regime jurídico da segurança e combate ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espetáculos desportivos, alterando a lei de 2009.
O novo diploma foi promulgado “apesar de dúvidas sobre a praticabilidade e a eficácia de algumas soluções adotadas, atendendo à relevância dos valores salvaguardados e ao facto de ter merecido amplíssimo consenso, sem qualquer voto contrário”.
O Parlamento aprovou em 05 de julho a proposta de lei que altera o regime jurídico do combate à violência, racismo, xenofobia e intolerância nos espetáculos desportivos, com a abstenção de PCP e PEV e os votos favoráveis dos restantes partidos.
O diploma permitirá acomodar a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto, criada em agosto de 2018 pelo Governo e presidida por Rodrigo Cavaleiro, e visa promover uma abordagem mais eficaz no combate aos fenómenos de violência associados aos espetáculos e às atividades desportivas.
O novo organismo para a prevenção e combate à violência no desporto assenta em quatro pilares: celeridade processual e transparência, aplicabilidade da lei, prevenção e grupos organizados de adeptos.
A nova legislação, que prevê um agravamento de todas as sanções previstas na lei e medidas concretas de identificação de adeptos, já tinha merecido a aprovação por unanimidade pelos grupos parlamentares que integram a Comissão de Comunicação, Cultura, Juventude e Desporto da Assembleia da República, em dezembro de 2018.
O objetivo da nova legislação é combater o fenómeno da violência do desporto através do encurtamento dos prazos processuais, do aumento dos limites mínimos das coimas e da possibilidade de interdição parcial de estádios.
Entre outras medidas, é proposto o reforço das obrigações dos agentes desportivos em ações de prevenção e a criação do cartão de adepto para se aceder a determinadas zonas de alguns espetáculos desportivos.
Acontecimentos ocorreram durante o último jogo, entre Vitória SC e Boavista.
O Sindicato dos Jogadores teve conhecimento de que ao longo do último
jogo entre o Vitória Sport Clube e o Boavista Futebol Clube, o jogador e
associado Rochinha foi alvo de um conjunto de insultos por adeptos da
equipa adversária, inaceitáveis em qualquer contexto, por mais tenso que
seja o ambiente de um jogo de futebol ou vulgar que seja a utilização
de determinadas expressões nas bancadas.
Os referidos insultos
não foram dirigidos de forma indiscriminada, foram antes uma
manifestação de ódio e ameaça, com o aproveitamento de um acontecimento
recente da vida do jogador, o falecimento da sua mãe.
Por
constituírem uma agressão verbal especialmente violenta, o Sindicato vem
desde já condenar o sucedido, manifestando total solidariedade com o
jogador Rochinha e estando a averiguar os vários registos existentes
sobre estes acontecimentos, de modo a encaminhar às entidades
competentes.