Futebol lidera casos de doping em Portugal

O futebol foi a modalidade que mais casos de doping registou em Portugal no ano passado, segundo os dados divulgados ontem pelo Conselho Nacional Antidopagem (CNAD).

Dos 44 positivos registados em 2007 – menos oito do que em 2006 – onze foram no futebol, num total de 318 acções de controlo em que resultaram 1130 amostras recolhidas. Os casos dizem respeito a atletas de equipas da III divisão (sete), três na Taça de Portugal e um em juniores.

Na divulgação dos resultados realizada ontem no Centro de Medicina Desportiva de Lisboa, o ciclismo (o segundo com mais controlos: 141 e 390 amostras), o boxe e o golfe surgem com cinco registos cada. Quatro dos cinco testes positivos no golfe acusaram canábis – substância considerada proibida mas que pode ajudar em desportos que requerem grande concentração – resultando num aumento da sua utilização, a par dos anabolizantes, comparando com 2006.

LAURENTINO ELOGIA
Na apreciação que fez dos resultados, o Secretário de Estado da Juventude e Desporto, Laurentino Dias, elogiou o trabalho do CNAD.

“Os números são bons e claros. Significam que o Laboratório [Nacional Antidopagem – LAD] cumpriu a sua missão em 2007, acentuando a sua presença onde era necessário”, comentou, realçando a importância da redução. “Estamos no bom caminho. Bom resultado seria chegar a um ano em que não haja casos positivos. Mas quando aumentamos o número de controlos e diminui o número de casos, isso quer dizer que os atletas já compreenderam o que é o desporto verdadeiro”, sublinhou Laurentino.
Já o presidente do LAD, Luís Horta, frisou que os casos podem aumentar, dado que dez amostras de sangue, relativas a corredores participantes na última Volta a Portugal em bicicleta, estão a ser analisadas no laboratório de Lausana, na Suíça.

NÚMEROS
44 – É o número de casos de doping verificados em Portugal em 2007. O futebol liderou com 11 casos e o ciclismo, golfe e boxe registaram cada cinco controlos positivos.

11 – O futebol foi a modalidade que registou maior número de casos. Em 318 acções de controlo, que resultaram na recolha 1130 amostras, das quais 11
positivas.

2 – Além dos 44 casos registado em Portugal, houve mais dois de desportistas portugueses (automobilismo e futebol) que foram detectados em competições internacionais.

142 – É o número de amostras tiradas para a detecção de Eritripoeitina (EPO). O ciclismo registou dez colheitas duplas: sangue e urina.

1 – Do total de casos, destaque para as modalidades menos conhecidas: pesca desportiva, bridge, xadrez e actividades subaquáticas.

Correio da Manhã